Bem-Vindo!!!

Todos os fatos aqui postados ocorreram da maneira como estão narrados.
Tirando uma mentira ou outra é claro!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

QUAL O DVD MAIS ESPERADO DO ANO?

Vc que respondeu o de Anízio Júnior se enganou.
Tá todo mundo ligado procurando o DVD da academia....
Mas não vamos acusar o rapaz.
De repente ele tava produzindo um Big Brother pauferrense.





TIRARAM O CABAÇO DO VÉI LUÍS!

Depois que começamos a pedalar todo mundo já foi ao barro.
Teve queda boba, e teve algumas feias, daquelas do nêgo terminar em Hospital.
Fernando é o campeão com 06, mas Cleodécio se aproxima rapidamente na contagem.  Disputam praticamente cabeça a cabeça.
Só não caiu ainda eu e o Véi Luís.
Quer dizer.  Só não caiu eu!
Numa trilha que fizemos ontem à noite o Véi Luís largou o rabo no chão que o mocotó entrançou.
Levantou-se desconfiado e seguiu o resto da viagem bem caladinho.
Nem do picolé lá no posto de Dr Borja quis provar.
SÓ FALTA UM!
Foi o mote da turma no resto da viagem de ontem.
Só falta um.
Mas custa!




CÃO QUE MUITO ANDA ACHA RABUGEM, PRA SI OU PRA SEU DONO

À pedido de Vinicius vai um pouco da historia do cachorro pernambucano:
Comanche cresceu rapidamente.
Tornou-se um exemplar espetacular de Fila Brasileiro.
Grande e forte impunha respeito não só pelo porte, mas também pelo latido que mais parecia um rugido dum leão.
Entretanto era muito dócil.
Quando chegava alguém ele dava um latido pra avisar que tava ali, e só encostava se desconfiasse de alguma coisa.
Acho que com uns 03 anos de idade as cachorras começaram a freqüentar o muro lá de casa.  Eis que de repente Comanche aprendeu a pular o muro pra namorar.
De namoro em namoro aprendeu a farrear, e logo se ausentava por 3 ou 4 dias só voltando quando a fome apertava.  Chegava magro só a cangalha.

Vc conhece quando a cidade está se desenvolvendo quando criam o primeiro Cabaré.
Teve Cabaré tá no rumo certo.  É fato consumado.
Os mais antigos devem se recordar que o antigo Cabaré da cidade se encontrava onde hoje é a Lafaiete Diógenes.
Não o conheci.  No meu tempo de rapaz era lá na frente da Livel, inclusive um dos prédios ainda se encontra de pé.
A Boite Alabama era a mais conhecida.  Muito bem freqüentada não era só um encontro para os prazeres da carne.  Muitos iam pra lá pra beber e dançar.  Passando na estrada à noite dava pra ver a turma lá dançando.

Pois bem.  Numa dessas noites, ainda cedo papai recebe um telefonema.
- Dr. Nelson?
- Sou eu mesmo.
- Aqui é do cabaré de Tiquim, dava pra o Sr. dar um pulinho aqui?
- Fazer o quê?
- Buscar seu cachorro que tá aqui.
Chegando lá encontrou Comanche deitado no meio do salão como quem não queria nada.
Não tinha música tocando, nem cliente dançando, e pior.  Não teve cristão que tivesse coragem pra enxotar o dito cujo, que veio rebocado pra casa em cima da Pampa.
Comanche apesar das farras ainda viveu muito até, como diz o ditado, achar a rabugem, que hoje acredito fosse calazar, morrendo na Fazenda Bica pra onde foi levado.


Senta que o bicho é manso

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

VAMOS OCULTAR UM CADÁVER?

Para os amigos tudo... Até a honra!
Você faz de tudo pra não se meter em encrencas.
Mas tem certos amigos que vc entra no fogo com eles.
Não dá pra fugir.  Vc faz porque sabe que eles fariam o mesmo.
O crime de homicídio prescreve em 20 anos.
A historia que eu vou contar aconteceu há 25, portanto acho que já prescreveu.
Mas por segurança vou omitir os nomes.
Duas da manhã o telefone de casa toca:
- Alô!?
- Nelsinho é fulano.
Já sabia que era encrenca.  Naquela hora e naquele tom de voz....
- Diga!?.  Que é que manda?
- Fale baixo e não diga nada a ninguém.  Venha aqui no motel e me procure no quarto 05.
Gelei.
Me veio na hora, que ele tinha matado alguém.
E pior, minha incumbência era esconder o corpo.
Vesti uma roupa rapidamente escovei os dentes e fui.
Antes é claro joguei uma lona, uma pá e um picarete em cima da Pampa.
Se tinha de fazer ia fazer bem feito.
Cheguei no Motel, que naquele tempo era por trás do Hotel Jatobá, o portão se abriu e lá fui eu para o quarto 05.
A Deserter XK do meu amigo estava parada e ele já me esperando na porta.
- Pode dizer!
- Vc tá cego, não tá vendo não? me disse injuriado, apontando pro pneu traseiro murcho.
- Tô com problema de coluna e não dou conta de trocar sozinho.
- Féla da puta.  Vc me acorda de madrugada pra trocar o pneu de seu carro?
- E vc queria que eu chamasse quem?  Minha mulher ou o marido dela?  Disse apontando pra porta do quarto.


A gente se mete em cada encrenca...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

PROCURANDO A "BESTA FERA" PAUFERRENSE - 2


Não me lembro mais onde foi a exposição, mas no domingo eu estava lá.
Peguei, como diz a música, quatro condução.  Duas pra ir e duas pra voltar.
Fiquei realmente impressionado com o tamanho e o porte dos cachorros.
Aqueles certamente punham medo em qualquer um.
Todos bem cuidados, gordos e escovados preparados com refinamento para o desfile de gala.
Seus donos conversavam uns com os outros e mostravam orgulhosos os pedigrees de seus animais.
Num canto meio acanhado tinha um rapaz com um Fila tigrado de preto.
Grande ele era, mas estava magreirão e com um olhar de fome.
O dono certamente já pensava no que estava fazendo ali no meio de tanta pompa e circunstância.
Os juízes começaram a examinar os animais, anotando em suas pranchetas as observações.  Passaram pelo magreirão com um ar de desdém.
Eis que de repente irrompe no recinto um dos juízes com um revolver de espoleta em cada mão.  E tome tiro.
Foi um Deus nos acuda.  Cachorro correndo pra todo lado.
Um Caim, Caim, Caim de cachorro frouxo por toda parte, uns até se cagaram de medo.
O magreirão deu um pulo e partiu pra cima do homem dos revólveres.  Se seu dono não lhe segura firme tinha lhe feito em pedaços.
Fiquei resolvido e durante a semana comprei um filhote de Fila tigrado batizado de Comanche e ainda de lambugem aprendi uma lição.
Damos muito valor a nossos amigos afáveis, bons de papo, limpos e bem escovados, que nos acompanham nas cervejas do final de semana.
Apreciamos a companhia de alguns bajuladores engravatados, conhecedores de vinhos e acepipes caros em detrimento às vezes daquelas pessoas humildes que nos acompanham ao longo da vida, deixando até de convidá-los em algumas ocasiões especiais.
Pois vejam vcs.  Quando o sapato apertar não espere que os cervejeiros, os bons de papos e os bajuladores venham lhe ajudar.
São os primeiros a lhes virarem às costas.
Aqueles que já sofreram as agruras, que sabem o que é o trabalho duro e as privações é que lhe socorrerão.
Vc dorme com seu Poddle dentro do quarto, lhe dá ração, manda ao cabeleireiro, passeia com ele de carro e lhe beija na boca.
Mas quem vai lhe ajudar no momento de precisão é aquele magreirão que você dá resto de comida e que dorme ao relento num buraco que cavou na areia do muro.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

PROCURANDO A "BESTA FERA" PAUFERRENSE

Em Recife morava com meus avós.
Meu avô Rodolpho, era um senhor baixinho, gordinho e careca.
Um típico avô.  Sempre de bom humor apesar da idade e da saúde debilitada. Um doce de pessoa em todos os aspectos.
Leitor voraz de jornais e revistas, recebia diariamente umas 03 edições jornalísticas do Estado.
Eu não vou negar, também lia os jornais, principalmente os classificados, que naquela época não oferecia mulher ainda.
Mas cachorro já ofereciam.
Comecei a busca do cão “besta fera” pra levar pra PDF.
Comecei procurando por um Pastor Alemão,  que bonito e dócil não fazia medo a ninguém.  Desisti.
Passei para o Boxer.  Uma fraude.  Medroso que só ele.
Gostei do Doberman, mas disseram que mordia até o dono.
Dei uma pesquisada em uns livros na biblioteca do Colégio Nóbrega, onde estudava e surgiu uma raça que poderia se adequar.  O Fila Brasileiro.
Lá pelo final do mês, já tinha gasto quase todos os meus passes de ônibus na busca do Cérbero pauferrense, e ainda não sabia onde achar esse tal de Fila Brasileiro.
Vovô foi quem chegou com a solução:
- Vc viu no Jornal do Commercio?  Tem uma exposição de Fila Brasileiro no domingo!
Tinha visto não.  Mas anotei a hora e o local, e domingo com certeza eu iria dar uma olhadinha...


Esse impõe respeito


domingo, 21 de agosto de 2011

O SABIDO ERA BURRO? - Parte 3

Albert Finermann era um alemão errante, talvez egresso das hostes nazistas, que por força do destino veio parar no interior de Alagoas pra trabalhar na construção da estrada de ferro.
Não criava raízes em canto nenhum, e com um par de anos foi embora largando seu emprego na Great Western que mais tarde transformou-se na RFFSA, popularmente conhecida como Réfésa.
Deixara no entanto uma semente plantada no bucho de Gumercinda, cabocla bonita, afilhada do Cel Laurindo Dantas.
O rebento nasceu “de tempo” e o sangue alemão se sobressaía em todos os aspectos, desde a tez da pele até o azul profundo dos olhos a lhe ressaltar os cabelos loiros e encaracolados.
No pai, a estatura e compleição desaconselhava qualquer forma de embate físico, já o miúdo era miúdo mesmo, e nem as gemadas com rapadura lhe fizeram encher os braços e as perninhas mirradas.
Batizado de Alberto Finermannn Júnior, ficou sendo chamado carinhosamente de Finermanzinho.  Daí pra Fininho foi só uma abreviação.
Findou por Fininho mesmo.
Pra piorar, no ano que completaria 06 anos dona Gumercinda acamou-se acometida de uma febre desconhecida que nem reza e nem mezinha conseguiram debelar, finando-se em menos de uma semana.
Cel Laurindo que nunca tinha aceitado de bom grado a gravidez de Gumercinda não ia criar aquele moleque mirrado que não ia lhe servir de nada.
Depois do enterro botou Fininho no coche e foi visitar o Dr. Raul único médico da região naquela época.
Conversa vai, conversa vem, convenceu-o a ficar com a criança, sob o pretexto de que com os remédio de verme adequados o garoto logo, logo estaria botando água nos potes e dando comida pras criação.
Dr. Raul já era avançado na idade, sem filhos e viúvo há uma quinzena de anos.  Como não poderia deixar de ser, afeiçoou-se ao garoto ensinando-lhe do ofício, e na adolescência o alemãozinho já cortava uma perna ou um braço mais rápido e mais eficiente que o próprio Dr.
Fosse pra cortar ou costurar, Fininho fazia.  Dr Raul só observava a perícia do garoto com um misto de orgulho e admiração.
Fininho conhecia tudo de veias e artérias, de órgãos internos vitais e de intestinos.  Fazia incisões magistrais sem danificar ou cortar nada que não fosse extremamente necessário.
Uma noite, Fininho foi acordado bruscamente.  O Capitão Chagas tinha matado Dr. Raul em uma briga besta por causa de uma rapariga do bordel....


FOI NO ARIZONA

Papai resolveu que iria construir uma nova casa.
Já naquele tempo, por volta de 1980, era difícil conseguir um bom terreno aqui em PDF.
Um engenheiro amigo seu, Dr. Marcílio deu uma idéia amalucada.
- Construa no Arizona.  Lá vc escolhe o terreno e o tamanho!
A idéia era doida, mas foi crescendo e amadurecendo na cabeça de papai.
Construir uma casa na fazenda... coisa de doido, nós pensávamos.
Mas eis que um dia ele chega com uma planta debaixo do braço e abre em cima da mesa da sala.  Era nossa futura casa.
Ficamos eufóricos.  Salão de jogos, terraços à perder de vista, piscina, churrasqueira... Em suma, um verdadeiro clube.
Escolheu o terreno e passou o trator pra planear e arrancar o mato.
No dia de marcar a sapata, lá estava eu ajudando a puxar a linha.
Quando a construção iniciou eu me mudei pra Recife, pra cursar o segundo grau.
Saí com lágrimas no rosto, igual um retirante pau de arara quando deixa seu rincão natal.
Mas não deixei de acompanhar a construção, todo feriadão pegava o buzão em recife e vinha pra Souza, onde papai sempre me esperava com um sorriso no rosto.
Hoje quando vejo meus filhos depois de alguns poucos dias de ausência é que entendo a alegria em seus olhos quando me via.
Finalmente a casa foi concluída e pra mamãe surgiu um novo problema.  Como ia conseguir encher aquele casarão de móveis?
E pra mim surgiu outro:
Papai mandou eu procurar em Recife um cachorro que metesse medo em qualquer um que quisesse pular os muros da casa....
Bom, acho que vai ter de ser um leão de circo.  Mas tinha de achar o bicho...