Bem-Vindo!!!

Todos os fatos aqui postados ocorreram da maneira como estão narrados.
Tirando uma mentira ou outra é claro!

sábado, 30 de abril de 2011

LIÇÃO 3 - A VIDA

Belchior já dizia:

Sons, palavras, são navalhas e eu não posso cantar como convém
Sem querer ferir ninguém
Mas não se preocupe meu amigo com os horrores que eu lhe digo
Isso é somente uma canção, a vida, a vida realmente é diferente
Quer dizer, a vida é muito pior

Mas ele sempre foi muito exagerado a começar pelo bigode.

Tudo no universo pode ser solucionado com a matemática, física, química e lógica.  Com a vida não poderia ser diferente.
É difícil ?, É!
É dura ? É igual a “pau de noivo”!
Durante nossa vida nos depararemos com muitos problemas. 
A metade destes somos nós mesmos que os desencadeamos.
Outros 25% é criação nossa, e de fato não existem.
10% são de fácil solução, e 5 % deles são insolúveis.
Só nos resta portanto 10% de problemas que teremos que enfrentar com dificuldades

Nossos atos, pecados falhas ou omissões são responsáveis por metade de nossos problemas.
Sua vida pode ser assim
Ao agir de forma inteligente, pensando sempre na conseqüência dos seus atos, e analisando o custoxbenefício deles, certamente conseguirá driblar a maioria destes problemas, gerados por nós mesmos em nosso dia a dia,.  Saiba viver que passará ao largo da metade dos problemas que os outros comumente enfrentam.

Bem pior são os problemas que sequer existem. 
Brigar com parentes sem motivo relevante, se chatear porque um colega ou um vizinho mal humorado lhe destratou, ou outras coisas pequenas, significam o que são: Nada. 
No entanto, estas pequenas coisas para a maioria tornam-se problemas que provocam inimizades, chateiam, “esquentam” a cabeça e lhes fazem perder noites de sono.
Meros dissabores são parte de nossa vida, e não devem ser agigantados a ponto de tornarem-se um problema.

10% são problemas menores, que podem ser solucionados às vezes com uma simples conversa.  Não tenha medo de se expressar, de mostrar seu ponto de vista ou suas idéias.  Encare estes problemas de frente e com bom humor e verá que realmente serão solucionados de forma fácil.

Problemas insolúveis (5%) por ser insolúveis já estão solucionados.  Não tem o que fazer a não ser procurar minorar os seus efeitos danosos.
Se vc virou seu carro, deu perda total, e não tem seguro.   Já era.  Não tem nem porque esquentar a cabeça.  Procure vender a sucata pelo melhor preço e siga em frente.    Se o boi morreu, tire o couro pra não perder de tudo e pronto.
Não tendo solução, solucionado está.

Todo médico ou mecânico, sabe que só consertam se acertarem no diagnostico do problema.  Isso serve também pra vida.
Ou assim
Seus problemas difíceis de resolver (os outros 10%), vc vai ter de suar muito pra solucionar.
E tem mais.  Se não conseguir diagnosticar a real causa deles vc só vai atacar os sintomas e ficar rodando feito peru doido.
Analise a raiz do problema, suas possíveis soluções à curto, médio ou longo prazo.
Depois de diagnosticado, fica mais fácil consertar.  É só uma questão de trabalho duro e de arcar com os custos do tempo e dinheiro empregado.
Não tenha medo de problemas, tenha coragem, inteligência e criatividade que vc os resolverá.
Não tem nada melhor pra um problema do que uma conversa com uma pessoa mais velha e experiente ou com alguém que entenda do assunto.  Não seja orgulhoso.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

POUSO FORÇADO - 2

Bom, nem preciso dizer que o domingo foi memorável.
Brejo das Freiras é maravilhoso.  O hotel encontra-se meio deteriorado, é verdade, mas ainda guarda a imponência que serviu como referência no passado.
Nem preciso dizer também que o assunto do dia foi avião.
Quando a discussão descambou pra os acidentes e os amigos mortos, fiz o seguinte comentário:
- Me preocupo em saber qual será minha reação um dia, se o motor parar.  Acho que dá pra pousar, mas é uma situação de alto risco que ninguém pode prever como vai se comportar.
Mal sabia eu que dali há poucas horas eu teria a resposta.
16:00 nos preparamos pra volta.  O amigo Jobinho, que tinha ido de carro com a esposa, foram ver a decolagem.
Élder checou a aeronave, entramos afivelamos o cinto, travou-se a porta, cheque dos instrumentos, intercon e rádio ligado, freios aplicados e partida.
O motor fez um barulho esquisito, mas logo normaliza.  Desligamos, descemos e concluímos que talvez tivesse sido areia no motor de arranque, já que a pista não era asfaltada.
Entramos de novo rechecamos, ligamos e começamos a taxiar pra cabeceira.
Aeronave alinhada com a pista, freio aplicado, potência total e marcha lenta.  Tudo perfeito.   Íamos mesmo decolar.
Acelerador totalmente pra frente e nosso pássaro começa a embalar veloz.
50 milhas e Élder já puxa o manche e despregamos do chão ganhando altitude rapidamente.
Pelo canto do olho vejo Jobinho e Gilsa acenando lá embaixo, já ficando pequenininhos.
Élder aproa no rumo de Pau dos Ferros, e peço pra ele subir até os 3.000 pés.
Após alcançar a altitude de cruzeiro nivelou a aeronave e deixou o ponteiro da velocidade embalar até ficar cravado em 75 milhas/h.
Eu atrás só curtindo a paisagem e aproveitando o vôo como passageiro...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

LIÇÃO 2


O jovem por sua natureza é orgulhoso.
Acha-se imortal e mais inteligente do que todo mundo.
Até os 12 têm os pais como modelo, depois disto terá sorte se eles não o considerarem um completo idiota.
Pois bem meus bacurinhos.
A principal virtude de uma pessoa é a humildade.
Não aquela humildade de abraçar crianças pobres e ir visitar favelas com trabalhos comunitários tolos.
É a humildade em saber que ainda tem muito a aprender, não importa a idade.
Em saber que os outros têm muito a ensinar.
É saber observar os erros e acertos deles e não ter vergonha de perguntar e de admitir que não sabe.
O aprendizado mais caro é o adquirido pela sua própria experiência.
Ninguém precisa bater a cabeça, cair e se levantar de novo pra aprender uma lição.
Se outros já fizeram a mesma merda, procure não repeti-la.
Erre e aprenda uma merda nova.  Repetir a merda dos outros é burrice.  É coisa de cabra orgulhoso.
Aprenda a ouvir, a pedir conselhos, a escutar alguém com mais experiência naquela área.
Não significa que suas decisões serão pautadas por orientações dos outros.
Mas sabendo ouvir, vc colherá mais subsídios que irão lhe orientar mais seguramente para o rumo pretendido.
Não siga somente o que lhe dizem.  Tome suas própria decisões, analisando as opiniões recebidas de forma consciente e inteligente.
Respeite a opinião dos outros, mesmo que seja contrária à sua, ouça mais que fale, e não discuta, se contraponha se necessário, de forma cortês e amigável.
Tenha a perspicácia e a malandragem de separar a orientação segura da opinião burra ou às vezes invejosa de quem quer ver o seu fracasso.
E sempre saiba que humildade não é sinônimo de humilhação.  Saiba defender suas idéias e lutar por elas se necessário.
O novo só se consegue fazendo coisas que os outros diziam ser impossíveis.

Dêem uma lida na fábula O velho, o menino e o burro

Você já deve ter ouvido muitas vezes a palavra humildade, não é mesmo?
Essa palavra é muito usada, mas nem todas as pessoas conseguem entender o seu verdadeiro significado.
O termo humildade vem de húmus, palavra de origem latina que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente.
Assim, uma pessoa humilde está sempre disposta a aprender e deixar brotar no solo fértil da sua alma, a boa semente.
A verdadeira humildade é firme, segura, sóbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com a pieguice.
A humildade é a mais nobre de todas as virtudes pois somente ela predispõe o seu portador, à sabedoria real.
O contrário de humildade é orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende.
O orgulhoso é soberbo, julga-se superior e esconde-se por trás da falsa humildade ou da tola vaidade.
Alguns exemplos talvez tornem mais claras as nossas reflexões.
Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: “eu me equivoquei”, pois sua intenção é de aprender, de crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: “não foi minha culpa”, porque se acha acima de qualquer suspeita.
A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razão tem mais tempo.
Uma pessoa orgulhosa está sempre “muito ocupada” para fazer o que é necessário. A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas.
A pessoa orgulhosa dá desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências. Uma pessoa humilde se compromete e realiza.
Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita. A pessoa humilde diz: “eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser”.
A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos. A orgulhosa resiste àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes defeitos.
O humilde sempre faz algo mais, além da sua obrigação. O orgulhoso não colabora, e sempre diz: “eu faço o meu trabalho”.
Uma pessoa humilde diz: “deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir”. A pessoa orgulhosa afirma: “sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo”.
A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo, porque teme a concorrência.
A pessoa orgulhosa não aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores.
Quem é humilde cresce sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade.
O orgulhoso se diz céptico, por achar que não pode haver nada no universo que ele desconheça, o humilde reverencia ao criador, todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece.
Uma pessoa humilde defende as idéias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa orgulhosa defende sempre suas idéias, não porque acredite nelas, mas porque são suas.
Enfim, como se pode perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade é chave que abre as portas da perfeição.
………………….
Você sabe por quê o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso?
É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios.
Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.

terça-feira, 26 de abril de 2011

PÉROLAS AOS BACURINHOS

Talvez a finalidade deste blog tenha sido mais me comunicar com meus filhos, já que estes só demonstram interesse pelo mundo digital.
Mas parece que nem isto funciona, pois só Vinicius ainda parece lê-lo.
Mas mesmo assim à partir de hoje vou ensiná-los, por aqui, à respeito da vida.
Serão pérolas preciosas que partilharei com vocês.
Talvez tão importante pra vós que me escutam, quanto foi pra Pedro ouvir Jesus lhe ditando o novo Testamento, ou pra Moisés quando recebeu as tabacas com os 10 mandamentos.
Mas pra meus rebentos serão pérolas jogadas aos porcos.  
Não.  Serão pérolas jogadas pra meus bacurinhos.


LIÇÃO 1



“Não lançar pérolas aos porcos é não oferecer os tesouros do ser a quem come apenas lama e babugem, e pisará em nossos tesouros do coração por não ver valor algum em pérolas da alma, assim como é também não oferecer nossos bens do coração aos que apenas pisarão sobre tal riqueza interior”.

As pérolas são as verdades de Deus em nós, as mais íntimas e preciosas, que só devem ser compartilhadas com quem lhes dá valor.
O insensato é que abre seu coração e expõe todo o seu interior àqueles que têm no coração a fome e o apetite dos porcos - por lama - e têm ojeriza aos bens do ser.
Veja com quem você abre seu coração!
Veja com quem você divide sua intimidade humana e espiritual!
Veja a quem você serve as preciosidades de seu ser!
Não basta que a pessoa seja “cristã” ou de “igreja”. Isso não significa nada. Amigos de alma e de tesouros são raros, e só se os conhece com o tempo, em meio à fidelidade na dor e nas dificuldades da existência.
Toda hora vejo alguém servindo suas preciosidades de alma a quem não tem uma alma. O resultado é previsto por Jesus: eles pisam nas pérolas e depois devoram aqueles que as serviram.
Seu tesouro está em seu coração. Seja cuidadoso na entrega de sua intimidade. Procure antes comer muito sal com a pessoa. Não se exponha a quem não dá valor à alma.
Muita dor acontece em razão do romantismo de se pensar que basta a nossa sinceridade. Não! Não basta. Do outro lado tem de haver gente. E gente boa de Deus. Do contrário, o que se faz é apenas entregar nossa intimidade a quem se utilizará dela para nos destruir.
Infelizmente o mundo (e nele se inclua a religião) está cheio de suínos existenciais, os quais se alimentam de homens e abominam os tesouros da alma.
Jesus mesmo disse que tinha ainda muita coisa a dizer, mas que os discípulos ainda não estavam preparados para ouvir. Ora, eles não eram suínos existenciais, porém ainda estavam longe de poder entender e apreciar a beleza de muitas coisas.
Para Jesus o não lançar nossas pérolas aos porcos era equivalente a não abrir os tesouros do reino com aqueles que só buscavam pretexto para a matança.
Ora, esse mandamento de Jesus é o que nos protege daqueles que se oferecem como amigos, namorados, companheiros e irmãos, mas que não têm espírito de amor e de cuidado com a alma do próximo.
Ao contrário, para tais pessoas esses segredos das verdades mais íntimas do coração são apenas alças para que nelas se agarrem a fim de nos comerem vivos.
Portanto, veja a quem você está dando os seus tesouros de intimidade, verdade e preciosidades de Deus em sua vida.
Não namore ou se case com o suíno com esperança de ser bem tratado(a). Não fique amigo de suínos existenciais, pois além de não enxergarem você, eles ainda vão pisar em sua vida e devorá-la.
Você jogaria suas pérolas aos porcos, na lama?
Ora, se você não faria isso com jóias materiais, por que você faz isso com os tesouros imateriais?
Pense nisso e organize seus vínculos e amizades!
Nele, em quem o amor é realista.

Caio Fabio

segunda-feira, 25 de abril de 2011

OS 3 MATUTOS

Papai gostava muito de vaquejada.

Naquele tempo, por volta de 1970, não era o esporte glamouroso de hoje.
E sim uma brincadeira de fazendeiros e vaqueiros.
Um médico praticando aquele esporte, era pois, uma novidade.
Me entendi de gente vendo ele correr no “Cavalo Pedrês”.
Devido à sua cor, nunca cuidaram em batizá-lo, ficando como Pedrês mesmo.
O Pedrês foi ficando velho, e começou a aparecer uns gânglios no pé do pescoço e a inchar as juntas.
Tinha de se aposentar.
Mas cadê o cavalo pra substituí-lo?
A busca começou e terminou comprando um puro sangue inglês, bruto que só a molesta, que lhe deu uma queda e ainda pisou no seu tórax lhe fraturando 3 costelas.
Não tinha encontrado o cavalo ainda.
Por volta do ano de 1976, mais ou menos, correu uma história pela região, que tinha uma “semente” de uma raça americana, chamada Quarto de Milha, em Vitória de Santo Antão-PE.
Reuniram-se Papai, Chico Cajá e Seu Aluízio Diógenes e marcaram um final de semana pra visitarem a cidade pernambucana e comprarem, cada um, um cavalo de raça.
Entraram no fusca de Seu Aluízio e partiram na delicada missão.
Chegando ao destino, viram que o criatório se resumia a um cavalo preto chamado Dragão, que o dono não vendia por dinheiro nenhum.
Mas o dono do Dragão informou que em Minas Gerais havia um criatório e que provavelmente teriam potros para se vender.
Naquele tempo nem internet, nem celular, muito menos telefone fixo em fazenda havia.  Então o jeito era a visita pessoal.  Como já tavam em Pernambuco se mandaram pra Minas.  Cada qual com uma sacola de dinheiro de um lado pra comprar os cavalos, e um 38 do outro pra espantar quem quisesse tomar a grana.
Chegando em Minas, visita vai e visita vem e nada de cavalos.
Papai já vendo que a viagem não ia dar em nada compra uma carrada de novilhas pra salvar do prejuízo.
Mas recebem uma informação quente.  Em São Paulo, mas precisamente na cidade de Presidente Prudente iriam encontrar os cavalos que precisavam.
Entraram no fusca e se mandaram pra São Paulo.
Sei que foram a sensação na cidade.  3 matutos do sertão do RN, num fusca, atrás de comprar cavalos.
Mas garimpando fizeram contato com um fazendeiro de lá, Cel. Chico que tinha importado alguns cavalos dos EUA e estava disposto a se desfazer de uns potros para disseminar a raça em outras regiões.
Seu Aluízio comprou um potro puro, preto, que infelizmente nunca “deu pra nada”; Chico Cajá comprou um cavalo meio sangue que tinha uma orelha murcha, que também não foi muito bem nas vaquejadas; e papai comprou 3, dentre estes, Colt e Debate, que fizeram história em suas épocas, como Campeões, incentivando-o a retornar diversas outras vezes pra comprar outros, tendo trazido e vendido mais de 300 animais, disseminando a raça em todo o Nordeste, cumprindo assim o desejo visionário de Cel. Chico, em espalhar uma raça americana em outro continente.
Essa quantidade de Cavalos da Raça Quarto de Milha que se vê hoje predominando nas vaquejadas, partiu de 3 matutos que saíram de fusca pelo Brasil atrás do que seria o cavalo ideal para o esporte que gostavam.


Conheça melhor o Quarto de Milha 

domingo, 24 de abril de 2011

O TEMPO QUE OS HOMENS ERAM OUTROS

Seu Aluízio não era um homem comum.
Nascido Aluízio Diógenes Pessoa, pouco estudou, mas inteligente como poucos, logo formou um patrimônio de botar inveja em muito doutor.
Muito sério e com vozeirão forte, quando ia dar sua opinião era desse jeito:
- Eu sou analfabeto, mas acho que deveria ser assim...
E pronto!  Sua opinião, mesmo de “analfabeto” daí por diante era Lei.
Papai era outro homem do mesmo quilate, mas não ia contra as opiniões de seu Aluízio.  No máximo e com muito jeito conseguia que ele mudasse a opinião.
Pois bem. 
Malandro sempre existiu no mundo.  Na década de 70 não seria diferente.
Seu Aluízio encontrava-se à tardinha balançando-se em uma cadeira no terraço de sua residência na Fazenda Recreio.  Olhava suas vacas pastando e decerto pensava como a vida tinha lhe sido generosa.
Eis que pára na porta uma visita.
O homi era bruto, mas muito cortês, logo manda “se apear” e grita pra dentro de casa:
- LICA, traz uma água fria e um café quente!
O malandro se ajeita na confortável cadeira de fitilho, e começa a dizer a razão de sua visita:
- Seu Aluízio, vim lhe trazer um prêmio.
- O Sr. ganhou uma coleção de livros.
Seu Aluízio, logo percebe o rumo da prosa, e retruca já de cara feia:
- Ganhei não, eu sou analfabeto, não sei ler, como é que eu ganho livro se nem de rifa eu gosto?
- Ganhou seu Aluízio ta aqui no papel seu nome e endereço.  Tudo certinho os livros são do senhor.
- Ganhei não seu menino. E mesmo que tivesse ganho eu num queria.  Tenho precisão desses troços não!
O vendedor muito calmo retrucou:
- Seu Aluízio, o Senhor é um homem educado e compreensivo, eu não posso voltar com os livros que meu patrão não vai aceitar.  Vai me mandar vir de novo.  Nossa empresa é séria e tem que entregar o material sorteado.
Nessa hora nem preciso dizer que o vendedor já corria risco de vida, mas mesmo assim seu Aluízio deu outra chance.
- LICA! Leve esses livros pra dentro!
Dona Lica pegou os livros e já foi carregando o 44 papoamarelo que ficava por trás da porta.
O vendedor satisfeito, puxa uma ficha da bolsa e já vai informando:
- Agora seu Aluízio, tem uma taxa de entrega que como vem de longe, de Recife não é muito baratinha...
Ora, a tal taxa de entrega era o valor dos livros, ou mais.
- Tem não seu menino, você disse que era presente, eu não queria nem receber, mas já botei pra dentro e agora não tem quem faça eu devolver.
- E pra encurtar a história acho melhor o senhor não esperar nem o café.  Pode ir se alevantando e pegando seu rumo.
Não preciso dizer que o vendedor não esperou nem pra ver o “44 papoamarelo” do homi.  Chispou e nunca mais voltou.


Esses eram realmente chatos


Pra quem não conhece o 44, é esse aqui!