Bem-Vindo!!!

Todos os fatos aqui postados ocorreram da maneira como estão narrados.
Tirando uma mentira ou outra é claro!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

ROSÁLIO METEU A FACA

Herdei Rosálio.
E pense numa herança boa.
Rosálio da Gangorra, ou Rosálio da Sucata, é um daqueles amigos que passa de pai pra filho.  Amigo de meu pai, grande amigo meu, e já ta conquistando meus filhos também.
Cabra esperto, inteligente e de humor refinado, sempre alegre e pronto pra ajudar os amigos.
Essa foi ele que contou, assim não me responsabilizo pela veracidade.
Disse-me que quando novo, morava no Sítio Gangorra, lá na Varzinha, hoje Rafael Fernandes, e tinha um cachorro branco por nome de Mimi.
Mimi pressentia sua chegada de longe.  Quilômetro ainda de casa apontava Mimi e ficava correndo e lhe arrodeando, pulando nas pernas, atrás de um afago.
Por mais que ralhasse não tinha jeito, Mimi lhe arranhava as pernas quase todo dia.
Num sábado, eis que Rosálio veste a melhor calça de sair (era a única que tinha), e vai ao bar do Cumpade Raimundo, ver uma cantoria.
Terminado o festejo por volta duma meia noite de lua cheia, donde se podia ver até uma agulha no chão, Rosálio com sua calça nova se encaminha pra casa.
Pisando com cuidado, evitando as poças d’água que a chuva recente tinha deixado pra trás.
A lama vermelha e pegajosa lhe forçou a tirar as botinas seguindo a viagem de pés descalços.
Eis que já próximo de casa, ouviu o barulho:
- tubloch, tubloch, tubloch...
Era Mimi de carreira na lama, vindo ao seu encontro.
Ia sujar a calça nova, pensou o Rosa, que já vinha puxando fogo pelos dois “burrinho” consumidos na cantoria.  Aliás, puxando fogo não, vinha bêbo “rodando”.
Lá na curva Mimi apontou ligeiro, já vinha vermelho de lama.
Disse o rosa que não contou conversa, sacou uma 10 polegadas que trazia na cintura e quando Mimi pulou em cima tacou-lhe uma facada certeira.
O cachorro rodou num pulo de gato e a faca cortou o vazio.
Quando Mimi bateu no chão, abriu os braços e disse:
- Que é isso Rosálio?
- É Mimi seu cachorro, num ta enxergando não???
Quando acordou no outro dia, não sabe se sonhou ou não, só sabe que MImi nunca mais pulou nas suas pernas, tivesse chuva ou sol.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A Serra das Agonias – 3

O início da subida foi tranqüila.  O pessoal subiu na frente, e eu atrás com Cleodécio.  No meio da Serra encontramos com Fernando mais suado que pano de cuscuz, procurando a bomba da bicicleta que tinha perdido no dia da queda.
Procurou, procurou, e a bomba não achou.  Ainda encontrou foi a marca da bunda lá no monte de areia donde ele caiu.
Mais adiante, já vencido 80% da subida, eis que volta Luís Doido.
- Já cherguemo lá em cima, num me guentei e vim ver ocês.
Cleodécio já fechou a cara.
Nesse ponto estávamos nas últimas, com a marcha mais leve possível, subindo bem devagarzinho igual bicho preguiça se atrepando num pé de pau.
Luís emparelhou e tascou:
- Cês tão instruindo as pedalada!
- Como é a história Luís, perguntei.
- É sim, tem de aprumar a corrente nessa coroa do mei, pra ir mais ligêro.
Ora, nós já no último fôlego.  Se botasse mais força estourava o bofe ou a prega mestra do fundo.
Cleodécio com sua educação duramente adquirida em 3 anos de casa do estudante em Natal, olhou pra Luis e disse calmamente.
- homi vá tomar no c*.
Luís achou graça e foi se embora.
Ainda restava enfrentar a famigerada Ladeira de Fausta, a maior e mais cruel subida que tem lá na serra.
Felizmente quando estávamos no meio, a galera lá em cima começou a nos incentivar:
- Morreram dois galados!
- Venham empurrando que chegam mais rápido!!!
- É Melhor voltarem que é só descendo!!!!
Mas completamos a via crucis.
O resto da subida foi mamão com açúcar.
Na entrada da cidade nos despedimos da turma que ia nas speed, e fomos para o mirante tomar uma Coca e se preparar pra descer a ladeira do Pêga, que devia ser bem fácil já que era só descendo...



PEDALADA DE DOMINGO

Como ninguém ainda se manifestou à respeito da pedalada de domingo fica o convite:
Dar um pulinho na Fazenda Bica.
Fica a 32 km daqui.  Pode-se ir pelo asfalto até o Jacu e de lá 11 km no barro, ou ir pela estrada do perímetro (toda no barro) e voltar pelo Jacu.
Chegando lá uma carninha assada com coca e um banho de bica pra espairecer , e pegamos a estrada de volta.
A estrada é boa e saindo cedo dá pra chegar de meio dia.
Equipamentos necessários:
Carne
Coca
Sal 
Carvão
Fósforo


Só o banho já compensa a viagem

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A Serra das Agonias – 2



Saímos do centro pedalando devagarzinho.
Quando passamos do Alto São Geraldo, Luís acelerou como sempre.  Fernando pra não ficar pra trás arrochou também.  Márcio com inveja foi embora no encalço deles, Lafaiete ficou como piroca de véi, nem endureceu nem amoleceu.  Ficou pelo meio.
Eu e Cleodécio continuamos devagarzinho atrás deles em busca de Chico Dantas.
Nos ajuntamos na entrada da cidade, pra beber água e comer rapadura.
De repente a surpresa, Cleanto, Fabinho, Gabriel e outro companheiro que o nome não me chega à memória agora, nos acompanharam nas speed.
Jogamos conversa fora e seguimos em frente em “busca de Portalegre”.
Passamos em comboio por Chico Dantas, na hora em que a cidade vinha acordando preguiçosa em um domingo chuvoso.
Quando alinhamos na reta, vimos a paisagem maravilhosa da Serra debaixo de uma névoa pesada.
O trecho de Chico Dantas até o sopé foi tranqüilo, o pessoal de speed na frente e Fernando com Luís Doido querendo acompanhar de MTB.
Esse esforço iria custar caro no final...

Sem pressa

PORTALEGRE ERA ALI
Turma Boa


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Serra das Agonias – 1



O passeio, pelo menos pra mim, começou de 4:00, no momento em que acordei pra preparar o breakfast da turma.  Coisinha simples, café, iogurte, pão com manteiga e ovos mexidos, mas bem melhor que sair de bucho seco.
Preparei a geladeira que iria no carro de apoio, com água gelada à vontade, além da rapadura com bolacha, que já é de Lei.
O primeiro a chegar, pra contrariar a tradição de atraso, foi Fernando, depois Cleodécio, Luís, Márcio, Lafaiete e Raniélio, que estava com a bike quebrada e foi comandando o Glicalmóvel.
A ausência sentida foi a do Presidente, mas Márcio logo esclareceu que o mesmo tinha ficado com medo da peia prometida se a trilha fosse ruim.
Em virtude de Cleodécio estar de Bike nova, Luís doido antes de liberar a pedalada fez o “bike fit” com ele.
- Você “alevanta” a sela.  Nem deixe “quebrada” pra trás, nem “derreada” pra frente.  Mida” a perna e “arregule” nesse troço aí pra ela não ficar “drobada”.  E cuidado pra não pedalar muito “escangotado” pra frente senão fica “escambichado”.
Depois das pérolas “ensinatórias” de Luís, combinamos pra todo mundo ir com calma, e se poupando que a pedalada era longa.
Conseguimos sair no horário previsto, 05:00 e o tempo, nublado e frio, era o prenúncio de uma pedalada maravilhosa....

Pense num passeio gostoso...


O CURURU E A ESPONJA

Se Vc não tem estômago forte, pule essa.
Vou contar porque prometi a Cleodécio.
Quando Papai viajava, me deixava cuidando de tudo.
Apesar de contar com mais ou menos 16 anos naquela época, não deixava nada sem resolver.  Às vezes a solução era bem pior do que o problema em si, mas ele só fazia achar graça e dizia:
- Só não pode é ficar parado.
Bom, numa dessas viagens que fazia a São Paulo (naquele tempo era 10 dias no mínimo) um cavalo dos mais queridos, Colt, apareceu com uma ferida na perna.
A ferida aumentava a cada dia e vi que o remédio colocado não surtia efeito.
Zé de Ana não atinava com o que era aquilo e chamamos Chico de Napoleão, prático veterinário, e gente melhor do que dinheiro achado.
Chico chegou, olhou, cheirou e deu o diagnóstico:
- É esponja!
Nesse tempo eu não sabia, mas hoje sei.  Esponja é o nome popular pra Habronemose, uma ferida que não sara, e é tratada cirurgicamente retirando os pontos de infecção e cauterizando.  Um trabalhão.
- Como é que trata isso Chico, perguntei.
- Nelsinho, eu não sei, mas os antigos dizem que colocando um cururu em cima da ferida ele sara.
Confabulamos ali um pedaço e resolvemos, o cururu era a solução.
Zé de Ana logo se adiantou:
- O remédio eu tenho em baixo do pote.
Foi lá dentro e trouxe um cururu do tamanho de um chapéu de couro.  Chico agarrou nas pernas do bicho, pegou um canivete e abriu o bucho do coitado pelo meio.
Botou em cima da ferida e enfaixou com ataduras, ficando as pernas do anfíbio do lado de fora.
Juro que o pobre levou mais de 5 horas pra morrer.  Toda vez que eu ia ver ele ainda tava se mexendo.
Quatro dias depois chega Papai.  Vendo o cavalo querido com a catinga de podre impregnando o ambiente e enojando até os narizes mais fortes não se conteve e dessa vez o carão comeu solto:
- De Zé de Ana e de Chico de Napoleão que são dois ignorantes eu até admito, mas de Você!?!?
Não preciso dizer que Zé de Ana foi o escalado pra tirar o cururu e limpar a ferida.  Vomitou até botar as tripas pra fora.
E Colt foi cirurgiado, curando-se completamente.  Ainda bem, pros cururus, que o remédio não funcionava.

Quando for almoçar pense nisso!
À pedido de Cleodécio vai a foto de Zé de Ana com o cururu

O VÉIO LUÍS

Luís Leiteiro, Luís de Gaudêncio, ou simplesmente Luís, é um companheiro nosso de pedaladas.
Tem 62 anos mas o fôlego ainda é de um campeão.
Em sua juventude, Luís foi escalado pra fazer a entrega de leite na fazenda onde morava, substituindo o burro pela bicicleta.
Inicialmente o leite era pouco, mas com o inverno teve dia de ser mais de 100 litros de Leite, que Luís levava de uma tacada só.
Gostava tanto de pedalar, que não entendia sequer como é que lhe pagavam pra fazer aquilo.
Não é preciso dizer que o homem adquiriu um físico excepcional, e todas as provas de bicicleta que tinha pela região ele papava com sobra.
Contam que houve uma prova Encanto-Pau dos ferros, e pra lá acorreram os ciclistas em suas modernas Caloi Barra forte e Monark barra circular.
Dentre estes se alinhava o jovem Luís.
Dada a partida Luís logo se distanciou, ganhando a prova rapidamente.  Esperou, esperou, não chegou ninguém, ele voltou, se encontrou com os outros, ficou atrás, arrochou na pedalada e chegou na frente de novo.
É o único caso registrado de um ciclista que ganhou a mesma prova 2 vezes....
É nosso companheiro de pedaladas e ainda é do mesmo jeito.  Se manda na frente, se cansa de esperar, volta de novo, pedala um pouco, desce da bicicleta e arrocha no pé empurrando a bike.
Tem nêgo que se chateia e acha aquilo uma desfeita, mas não é.
Ele faz de forma natural, sem nenhuma maldade, e sem querer humilhar ninguém. 
É o jeito dele!


domingo, 23 de janeiro de 2011

PASSEIO "BÁSICO"


Hoje foi o dia do esperado passeio.  O trajeto PDF–Portalegre–Tabuleiro Grande-PDF.
90km e 7 horas de pedalada por Serras, asfalto e trilhas da pior qualidade em que as bikes mais andaram empurradas do que carregando a gente.
Foi tanta coisa que só durante a semana é que vai dar pra contar.  Mas adianto que teve de tudo, pneu furado, festival de peidos, estouro de boiada na trilha estreita, ameaça de peia, desmaio, cansaço extremo, um pega final sensacional e pra não ficar diferente, uma queda de Fernando que dessa vez foi filmada e fotografada.  Está sendo editada pra mandar pra o Faustão.
Luis Doido Broiou.   Chegou em casa empurrando a bike, e Lafaiete e Márcio só chegaram nas deles porque Renato rebocou-os numa moto.
Por enquanto se deleite com essa vista linda, e com o roteiro do passeio.