Bem-Vindo!!!

Todos os fatos aqui postados ocorreram da maneira como estão narrados.
Tirando uma mentira ou outra é claro!

domingo, 24 de abril de 2011

O TEMPO QUE OS HOMENS ERAM OUTROS

Seu Aluízio não era um homem comum.
Nascido Aluízio Diógenes Pessoa, pouco estudou, mas inteligente como poucos, logo formou um patrimônio de botar inveja em muito doutor.
Muito sério e com vozeirão forte, quando ia dar sua opinião era desse jeito:
- Eu sou analfabeto, mas acho que deveria ser assim...
E pronto!  Sua opinião, mesmo de “analfabeto” daí por diante era Lei.
Papai era outro homem do mesmo quilate, mas não ia contra as opiniões de seu Aluízio.  No máximo e com muito jeito conseguia que ele mudasse a opinião.
Pois bem. 
Malandro sempre existiu no mundo.  Na década de 70 não seria diferente.
Seu Aluízio encontrava-se à tardinha balançando-se em uma cadeira no terraço de sua residência na Fazenda Recreio.  Olhava suas vacas pastando e decerto pensava como a vida tinha lhe sido generosa.
Eis que pára na porta uma visita.
O homi era bruto, mas muito cortês, logo manda “se apear” e grita pra dentro de casa:
- LICA, traz uma água fria e um café quente!
O malandro se ajeita na confortável cadeira de fitilho, e começa a dizer a razão de sua visita:
- Seu Aluízio, vim lhe trazer um prêmio.
- O Sr. ganhou uma coleção de livros.
Seu Aluízio, logo percebe o rumo da prosa, e retruca já de cara feia:
- Ganhei não, eu sou analfabeto, não sei ler, como é que eu ganho livro se nem de rifa eu gosto?
- Ganhou seu Aluízio ta aqui no papel seu nome e endereço.  Tudo certinho os livros são do senhor.
- Ganhei não seu menino. E mesmo que tivesse ganho eu num queria.  Tenho precisão desses troços não!
O vendedor muito calmo retrucou:
- Seu Aluízio, o Senhor é um homem educado e compreensivo, eu não posso voltar com os livros que meu patrão não vai aceitar.  Vai me mandar vir de novo.  Nossa empresa é séria e tem que entregar o material sorteado.
Nessa hora nem preciso dizer que o vendedor já corria risco de vida, mas mesmo assim seu Aluízio deu outra chance.
- LICA! Leve esses livros pra dentro!
Dona Lica pegou os livros e já foi carregando o 44 papoamarelo que ficava por trás da porta.
O vendedor satisfeito, puxa uma ficha da bolsa e já vai informando:
- Agora seu Aluízio, tem uma taxa de entrega que como vem de longe, de Recife não é muito baratinha...
Ora, a tal taxa de entrega era o valor dos livros, ou mais.
- Tem não seu menino, você disse que era presente, eu não queria nem receber, mas já botei pra dentro e agora não tem quem faça eu devolver.
- E pra encurtar a história acho melhor o senhor não esperar nem o café.  Pode ir se alevantando e pegando seu rumo.
Não preciso dizer que o vendedor não esperou nem pra ver o “44 papoamarelo” do homi.  Chispou e nunca mais voltou.


Esses eram realmente chatos


Pra quem não conhece o 44, é esse aqui!

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