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Todos os fatos aqui postados ocorreram da maneira como estão narrados.
Tirando uma mentira ou outra é claro!

sábado, 4 de dezembro de 2010

O DISFARCE DAS ROLINHAS

Quando menino gostava de caçar com uma espingarda de pressão.  Acho que aprendi a atirar antes mesmo de ler.
Estava de férias e meu avô chamou pra passar uns dias com ele na Bica, fazenda onde morava.  Aceitei na hora.  Na época devia ter uns 10 anos de idade.
Antes de sair papai me deu uma caixa de chumbinho e pediu que trouxesse umas rolinhas pra ele comer assada.
Ora, com certeza traria.
Hoje nem caço nem como qualquer espécie de caça.  Nem me ofereça.  Mas naquele tempo eu atirava no que se mexesse, embora errasse mais do que acertasse.  Com uma caixa de chumbinho então...
Depois de três dias de caça só tinha matado 4 rolinhas.  E agora?  Papai ia me chatear o resto da vida.  Não podia sofrer esta desfeita.
- Mas era porque as rolinhas estavam muito brabas! Não deixavam chegar perto pra eu aprumar a mira, falei sozinho.
Elas deviam ser mansas igual aos cabeças-vermelhas, pensei.
Mas espere, os cabeças vermelhas têm o tamanho de uma rolinha.  Salgado ninguém vai notar a diferença.
Mandei fogo nos cabeças vermelhas.  No resto do dia matei uns 10.  Tratei salguei e as rolinhas estavam prontas pra levar pra papai.
Cheguei em casa e entreguei a encomenda.  Na hora o carão já comeu solto.
- Vc matou os cabeças vermelhas seu malvado?
- Matei não pai, é rolinha.
- Rolinha o quê seu moleque, a rolinha quando salga fica marrom e os cabeças-vermelhas tem a carne rosa.  Tá querendo me enganar?.
Já puxando o beiço pra chorar justifiquei:
- Mas pai é porque eles eram tão mansinhos, deixavam chegar bem pertinho.
- Eles são mansos porque ninguém os caça.  Eles cantam, e pássaro que canta ninguém atira neles.
Desde então aprendi a lição, que por certo é aplicada a gente também.  Diariamente tanta gente morre.
Quem já ouviu falar que mataram um cantor?
O cabeça-vermelha e a rolinha

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