Bem-Vindo!!!

Todos os fatos aqui postados ocorreram da maneira como estão narrados.
Tirando uma mentira ou outra é claro!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O CÚMULO DA PREGUIÇA!

Zé de Maria Quitéria perdeu o pai ainda jovem.
Preguiçoso como ele só, ficou sendo sustentado pela mãe que lavava roupas “pra fora”.
Com a morte precoce da mãe, ficou Zé, já com 23 anos e sem ter quem lhe sustentar.
Naquele tempo, em meados do século 19, não existia bolsa preguiça nem vereador ou prefeito pra sustentar vagabundo.
Ou trabalhava ou morria de fome.
Quiçá no pequeno povoado do Lima, onde Zé já era conhecido por sua indisposição.
Os habitantes de lá, que há tempos queriam lhe dar uma lição, combinaram o seguinte:
Ninguém daria de comer ao Zé.
Zé comeu o que tinha em casa, e ficou perambulando pelas cozinhas do povoado, sem sucesso.  Mas trabalhar que era bom nem pensar.
Ofertas não faltavam:  Era um algodão pra apanhar era um milho pra colher, era uma roça pra limpar, era um campo pra destocar, um feijão pra desbulhar,  um arroz pra pilar, e muitos outros afazeres que desfiados tomariam um dia inteiro.
Mas Zé não queria conversa ou era dado, já cozinhado, ou preferia passar fome.
E assim foi.
Com 3 dias de fome, Zé cansou de pedir, foi pra casa, deitou-se numa rede, e se aquietou.
O pessoal ficou inquieto.  Foram tudo pra casa de Zé.
- Zé vamo na roça apanhar um cozinhado de feijão...
- Vou não.
- Pois vamo arrancar umas batatas na vazante..
- Tombém não.
Fizeram uma roda por lá mesmo e resolveram apelar.
- Zé é o seguinte, não vamo deixar tu sofrendo.  Se é pra morrer de fraqueza nóis vamo logo enterrar vc.
E como era feito o funeral antigamente, meteram uma vara grande nos punhos da rede de Zé.
Dois pegaram na frente e dois atrás, e seguiram o cortejo pela viela do povoado, no rumo do cemitério.  E Zé tranqüilo só se balançando parecia que nem era com ele.
Passando na frente da casa do Coronel Quirino, este acabara de voltar de uma viagem e não sabia do combinado:
- Espere, quem foi que morreu foi Dona Raimunda?
- Não Coronel. É Zé, que tava morrendo de fome e resolvemos fazer essa caridade e enterrar logo.
O coronel se compadeceu daquela situação:
- Faça isso não.  É um rapaz novo ainda, esperem que eu vou dar três cuias de arroz pra ver se ele se alevanta de novo.
Nisso Zé levanta a cabeça pra fora da rede e tasca a pergunta:
- Já ta pilado?
- Ta não responde o Coronel.
Zé bota a cabeça pra dentro da rede e tasca:
- Pois toque o enterro pra frente!

2 comentários:

  1. Boa tarde , Amigo
    Vc esta no trabalho errado era mesmo para ser escritor. Esta é fantatisca.
    Abs Heriberto

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  2. Demoradas, mas, vale esperar pelas histórias.
    Continuamos esperando por mais...
    Abraços
    João Paulo

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