Bem-Vindo!!!

Todos os fatos aqui postados ocorreram da maneira como estão narrados.
Tirando uma mentira ou outra é claro!

terça-feira, 26 de junho de 2012

TERMINOU EM MERDA


Cidade do interior é ótimo.
Apesar de suas desvantagens, a maioria relacionada a fuxico de quem não tem o que fazer, as vantagens superam em muito.
A vida transcorre mais calma, sem aquele stress do trânsito ou insegurança entre outros.
Também acontecem causos que nos fazem rir, refletir ou chorar.
Esse que eu vou contar agora, me contaram como verdade, mas não boto a mão no fogo.
Segundo o narrador, ocorreu na cidade de Patu.
Corria o ano de 1977, Patu, cidade pequena havia sido poucas décadas atrás anunciada como a cidade do futuro uma vez que fora beneficiada com a linha ferroviária, atualmente definhava sem ter conseguido alcançar a glória que havia sido prenunciada.
A família Teixeira, família grande mas muito unida, se reuniu para comemorar o aniversário do caçula, João Pedro que completava seu primeiro ano de vida.
Filho único e primogênito de Francisco e de Dona Joana, que se casaram às pressas segundo às más línguas.  João Pedro morava com seus pais, avós e o bisavô, Seu Raimundo numa casa ampla de alpendres, cheia de quartos, um sotão pra guardar o legume e as rapaduras.
O terreiro de chão batido de um barro bem vermelho, varrido diariamente e sombreado com uma frondosa cajarana.  Para este casarão como era praxe naquela época havia somente um banheiro no quintal.  A “casinha” como era chamado.
Seu Raimundo que já há alguns anos rompera a barreira dos noventa, ainda guardava a tez corada e enrijecida do tempo em que corria por dentro do juremal da Fazenda Carrasco de propriedade do Cel. Rufino.
Mas apesar da saúde de ferro, Seu Raimundo já estava trevaliando, ou caducando, como melhor entender, e já não expressava suas vontades necessitando de atenção especial.
Os muitos meninos da familia comemoravam aquele aniversário, coisa ainda rara na época, com grande alegria.  Brincavam no terreiro, subiam na cajarana, se esbaldavam no caldo de cana, no dindim e no alfinim, e não deixavam por menos a paçoca de carne seca e outros acepipes preparados com carinho por Dona Joana.
Mas do que mais gostaram foram das bexigas trazidas por Carlinhos, tio de João Pedro que morava na capital.
Um dos guris apertou-se e foi pra “casinha”, lá se descuidou e a bexiga caiu no vaso sanitário ficando a boiar sem que o coitado tivesse coragem de meter a mão e tirar, saindo desconsolado pra tentar conseguir outra.
O velho Raimundo já havia comido de tudo um muito, dona Joana tinha escalado uma criada somente pra puxar alfinim pra o sogro-avô, e de vez em quando ainda passava pra lhe oferecer uma paçoca ou a buchada de bode que ele tanto apreciava.
Lá pras tantas como não podia deixar de ser, Seu Raimundo pediu arrego, correu pra “casinha” e despejou, em cima da bexiga que lá se encontrava, o fruto pastoso, fedorento e mal digerido de um dia de excessos.
Dona Joana, já sabendo que o pobre coitado não mais podia pegar a lata d’água pra “dar a descarga” entrou na casinha pra fazer a operação limpeza.
Ao observar o “produto” Dona Joana correu desesperada e gritando:
- Chega, chega, que vovô botou a “tripa gaiteira” pra fora.
Correram todos e arrudiaram a “casinha” cada um querendo olhar e dar seu “parecer”.
O mais aproximado foi o de Carlinhos, moço culto da capital que tascou:
- Isso aí é um tumor benigno, que se soltou.
O bicho dentro do vaso sanitário cheio, parecia ter vida própria, se mexia, rodava subia e descia num balé obsceno, horrível, fedorento e nojento.
Homem se desesperava e mulher passava mal bolando pelo chão dizendo que era coisa do Demo.
Carlinhos, mais calmo apontou a solução:
- Vamos chamar Doutor Sergio que ele vai nos dizer o que é!
Rapidamente trouxeram Dr. Sérgio, mais novo que Seu Raimundo pouca coisa.  Médico da família há décadas, embora quase cego ainda era respeitado por seus diagnósticos acertados.
Dr. Sérgio quando chegou que viu a arrumação se espantou também. Nunca nos seus 55 anos de experiência havia visto coisa igual.
Parecia que a tese de Carlinhos era a mais acertada, mas teria de colher o material pra enviar pra Belo Horizonte pra ser examinado.
Colocou os pince-nez de grau mais apurado, pegou o bisturi que sempre trazia consigo e pediu um pote de vidro limpo.
Nisso a “casinha” tava cheia. Quem não tava dentro, tava arrudiando do lado de fora pra saber o resultado.
Só Seu Raimundo em seu alheamento se balançava pachorrentamente no terraço, parecia que aquilo não era com ele.
Quando Dr. Sérgio aproximou o bisturi do bolo fecal, acabou a zoada e fez-se um silêncio sepulcral.
- Atenção todos que eu vou cortar, disse o médico.
Pooooouuuuuuuuu.
Merda pra todo lado.
Merda dentro de boca de menino, merda na parede, merda no teto, merda até nos óculos do doutor.
Saíram todos de carreira e se reuniram em volta do espantado médico.
- O que era doutor? O que era doutor?
Dr. Sérgio fez um minuto de silêncio, pensativo e tascou o vaticínio.
- Nunca tinha visto, lido na literatura médica, nem sequer ouvido falar, mas já sei o que era:
- O que era, o que era? Perguntam todos em um coro só.
- ERA UM PEIDO COM CASCA!!!!!

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